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Brasil pode ser um dos líderes da nova economia mundial, que deve ser verde e inclusiva

Para sair na frente, país deve investir em educação e tirar do papel algumas promessas para reduzir emissão de carbono

Donaldson Gomes e Thais Borges (mais@redebahia.com.br)
Atualizado em 04/07/2017 13:01:39

Pavan: "As pessoas mais vulneráveis são as mais afetadas pelas mudanças climáticas"

Se tem alguém que pode ser líder na nova economia mundial – baseada em baixas emissões de gases poluentes e causadores do efeito estufa - é o Brasil. “Ser e conhecerem isso, pode levar o Brasil a se um dos países mais importantes, o quarto do mundo”, analisa o economista indiano Pavan Sukhdev, consultor internacional e embaixador da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Meio Ambiente.

Só que não há um caminho simples para conseguir isso. Quanto a isso, Pavan é enfático: problemas complexos exigem soluções complexas. E, por problemas, dá para entender uma abrangência de situações que estão todas conectadas e incluem desde a degradação de ecossistemas até a eliminação de empregos. “Sabemos que as pessoas mais vulneráveis são as mais afetadas pelas mudanças climáticas, mas isso não é um problema só do Brasil”, pondera.

Para levar o país nessa direção, Pavan Sukhdev afirma que é preciso decisão política e um recado claro dos governos. “Nós, então, criamos oportunidades em diversas áreas, como na área florestal, quando mudamos a matriz energética e utilizamos resíduos domésticos e da agricultura para serem convertidos em energia. Essas são oportunidades que vão surgir a partir de uma liderança que o país já tem”, diz, referindo-se às iniciativas individuais e empresariais que já demonstram interesse por essa área no país.

Educação

Além disso, o Brasil já tem pontos a favor: disponibilidade de recursos naturais (o chamado “capital natural”) e recursos humanos. Em sua palestra, Pavan comparou o país à China e mostrou que a longo prazo o Brasil terá mais população jovem“. Mas é preciso ter treinamento. O Brasil está bem posicionado, vocês têm universidades, mas é preciso chegar a um nível mais alto. A educação universitária tem que ter mais qualidade e receber mais investimento do governo”, destaca.

E, para completar o caminho, é preciso investir em inovação de diferentes formas - inclusive, aceitando sugestões dos mais jovens e de estudantes. Para isso, tanto o setor privado quanto a administração pública podem promover prêmios que estimulem essas ideias. “É importante ver como pode avançar para levar isso a um próximo nível. A universidade é um lugar onde novas ideias podem ser encontradas”, avalia o economista.

Durante a Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), há quinze dias, a presidente da República, Dilma Rousseff, ressaltou a redução no ritmo do desmatamento no país e anunciou o lançamento do Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas, até o fim deste ano. As ações representam grandes oportunidades econômicas, ressalta a diretora do instituto World Resources Institute no Brasil (WRI Brasil), Rachel Biderman.

A presidente anunciou metas de restaurar 12 milhões de hectares de terra e planos de recuperar 15 milhões de hectares de pastagens. “O que acontece muito, e a gente percebe pelo anúncio que a presidente fez em relação às metas do país para o clima, é que a gente costuma ter boas declarações, boas leis, como a de serviços ambientais, mas eu acho que a gente costuma falhar é na implementação”, ressalta Rachel Biderman.

A economista Marina Grossi diz que o maior desafio do país é o de “aproximar a economia e o clima”. Ela diz que há uma ideia equivocada de que a economia verde pode comprometer os negócios.“

Trabalhamos com a promoção de redes empresariais para a discussão de soluções relacionadas a florestas, clima, energia biorrenovável, cimentos. Através de parcerias, buscamos entregar soluções de negócios”, diz.

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