ACM Neto: Dez anos sem ACM

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Publicado em 20 de julho de 2017 às 05:02

- Atualizado há um ano

Meu avô Antonio Carlos Magalhães, como a maior parte das pessoas, sempre evitou falar sobre a morte. Com seu estilo passional de tratar de todos os assuntos, sejam eles familiares ou políticos, ele gostava de celebrar a vida com toda energia que costumava empregar em tudo que fazia. Por isso, a família e os amigos optaram por não fazer ato público para lembrar os dez anos de morte de ACM, completados neste dia 20 de julho. Decidimos preparar uma programação especial de homenagens, que será amplamente divulgada em breve, para celebrar os 90 anos de vida que ele completaria no dia 4 de setembro.

Entre as mais fortes lembranças do meu avô, sempre me recordo dos tradicionais almoços em família aos domingos, de suas conversas amenas sobre os mais variados temas, do seu humor e de suas tiradas muito engraçadas. Outra lembrança marcante é a de ter participado, aos 11 anos de idade, da campanha de 1990, quando ACM assegurou nas urnas o retorno ao governo do estado e fez uma gestão que transformou a Bahia, tendo como um dos marcos a recuperação do centro histórico de Salvador, obra que ganhou repercussão internacional e foi elogiada por artistas e intelectuais, como o escritor Jorge Amado.Outro fato marcante que não me sai da cabeça aconteceu em 1998, quando organizei um evento em prol da candidatura presidencial de Fernando Henrique Cardoso. Foi após este encontro, que reuniu deputados, prefeitos, vereadores, lideranças e centenas de jovens militantes, que o senador Antonio Carlos Magalhães perguntou se, de fato, eu almejava entrar para a política. Respondi, de pronto, que queria e ouvi dele um conselho que sigo todos os dias. “Você terá sempre o meu apoio, mas precisa se dedicar exclusivamente a essa missão”.Essa paixão por servir aos baianos acabou por me unir ainda mais a meu avô. Depois que me elegi deputado federal pela primeira vez, no começo dos anos 2000, passamos a ficar mais tempo juntos, afinal, durante boa parte da semana, estávamos em Brasília. E tive a oportunidade de ouvir inúmeras lições e histórias, inclusive quando ACM contava que o seu melhor momento da vida pública foi quando exerceu o cargo de prefeito de Salvador e realizou obras que mudaram o perfil da primeira capital brasileira, projetando a cidade para um novo ciclo de desenvolvimento.Hoje, com orgulho, gosto de saber que, agora na função de prefeito, contribuo para preservar viva a memória de ACM, certamente o maior político de sua geração. Como deputado estadual e federal, prefeito, governador, ministro, senador e presidente da Eletrobrás, ACM dedicou a sua vida pública à Bahia e deixou uma marca indelével em nosso estado.Em minhas andanças por todos os bairros de Salvador, em viagens ao interior e mesmo em outros estados, sempre encontro pessoas que falam com muito carinho do senador ACM, que têm histórias para contar e reconhecem que ele, em mais de meio século de vida pública, colocou os interesses da Bahia à frente de tudo. Isso, claro, me deixa feliz e emocionado. Com ideias inspiradoras e muita coragem, ACM elevou o nome da Bahia a um novo patamar no cenário nacional. Dez anos após a sua morte, uma rotina se repete em minha vida: todos os dias penso muito em meu avô, um homem que soube conciliar os atributos de um ótimo gestor e um excelente político, características que procuro desempenhar no dia a dia.

ACM Neto é prefeito de Salvador