Territórios de Identidade na Bahia devem ser reavaliados, diz estudo do Ipea

Nova publicação sugere que desenvolvimentos dos municípios pode avançar caso as políticas territoriais sejam revistas

Publicado em 4 de agosto de 2017 às 11:04

- Atualizado há um ano

Até 2013, o estado da Bahia avançou com a implantação de políticas públicas a partir das políticas territoriais em vigor. Mas é preciso fazer uma revisão dessas políticas para garantir o desenvolvimento dos municípios baianos. Essa é uma das conclusões do livro As Políticas Territoriais Rurais e a Articulação Governo Federal e Estadual - um Estudo de Caso da Bahia, lançado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). 

Um dos organizadores da publicação, o professor titular do Instituto de Economia da Universidade Federal de Uberlândia Antonio César Ortega explica que a Bahia foi escolhida por ser um estado que contempla três políticas diferentes de divisão territorial: do governo federal, o Programa Territórios Rurais (TRs) e o Programa Território da Cidadania (TCs), e uma do governo estadual, denominada Programa Territórios de Identidade (TIs).

"Temos um capítulo muito interessante que faz uma avaliação dos primeiros resultados das políticas territoriais na Bahia, fizemos uma avaliação sobre a evolução do IDH, dos resultados sobre pobreza, uma perspectiva das políticas públicas a partir das políticas territoriais", explica o professor. 

A obra foi organizada pelo técnico de planejamento e pesquisa do Ipea Murilo José de Souza Pires e pelo professor Antônio Ortega. No estudo foram analisados os 12 territórios baianos, e as políticas públicas aplicadas, como o programa Bolsa Família, e questões estruturais das cidades como água encanada e energia elétrica. De acordo com Ortega, a partir do estudo foi possível perceber a necessidade de reavaliar essa divisão, visto que em alguns Territórios de Identidade poderiam ser feitas subdivisões. 

"No Litoral Sul e no Território do Sisal, o que a gente observa é que heterogeneidade ainda é grande. O que a gente mais está preocupado é em analisar as atividades que dessem identidade aos territórios. Então, por exemplo, em 17, 18 municípios que compõem um território, existem atividades econômicas bastante heterogêneas. Seria mais fácil conseguir um projeto de desenvolvimento de sociedade se eles estivessem em torno da mesma ideia", explica o professor.