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Darino Sena

Darino Sena: Argel já foi tarde

Darino Sena (darino.sena@gmail.com)
Atualizado em 02/05/2017 09:21:36

A demissão de Argel foi mais que justa, necessária. Ele não demonstrava capacidade pra fazer o time evoluir. Isso ficou evidente nos  Ba-Vis. 

No primeiro, o Vitória teve quase o segundo tempo inteiro com um homem a mais. Em vez de transformar o 2x0 em goleada, deixou o rival diminuir e ainda levou sufoco até o final. Depois do jogo, Argel disse que era normal uma equipe crescer com um jogador a menos. Em que planeta?

No segundo Ba-Vi, foram quase 70 minutos de superioridade numérica depois da expulsão de Gustavo. O Vitória ganhou de novo (2x1), é verdade, mas desperdiçou a chance de matar a eliminatória no Barradão. Pior, mesmo com um a mais, levou bola na trave e contou com milagres de Fernando Miguel pra manter o resultado.

No último domingo, a inconsistência das atuações finalmente cobrou seu preço. O time entrou em campo pra segurar o 0x0, mas levou um gol e escancarou sua maior deficiência - criar.

No Vitória de Argel não havia aproximação entre os jogadores pra defender. O posicionamento na roubada de bola do primeiro gol do Bahia domingo mostra isso - há um bloco do meio de campo pra frente, outro do meio pra trás e um “vazio” entre as partes. 

Também não havia compactação pra atacar. Sem opções de passe, quem está com a bola tentava um lance individual - como David faz sempre -, ou metia cruzamento pra área. No jogo da eliminação, foi isso que o Vitória se limitou a fazer. 

Diante da nulidade criativa, Argel apresentou apenas uma solução - trocar Cleiton Xavier por jogadores de beirada, que não têm características pra desempenhar a função.

Um amigo torcedor do Vitória disse que o time foi covarde. Penso diferente - foi desorganizado. Vinha sendo. Depois de quatro meses de temporada, com o elenco que tem e diante do nível dos adversários, o rubro-negro tinha que estar jogando mais. 

Pra piorar, Argel ainda fez o papelão de se envolver numa briga patética com os jogadores do Bahia no vestiário. Não mostrou capacidade e nem temperamento pra dirigir um clube do tamanho do Vitória.

Os cartolas demoraram pra ver o óbvio: com Argel, não iam pra lugar nenhum. Ainda bem que não “correram o risco” de ganhar o Baiano pra aumentar a sobrevida do técnico. Agora é preciso trazer logo alguém pra tentar recuperar o tempo perdido. Mais importante que o estadual é o Brasileiro. Faltam só três semanas. O resultado sem performance não pode continuar cegando quem manda na Toca.

Argel perdeu o emprego e Guto ganhou moral. Menos pelos resultados e mais pela postura do Bahia nos três Ba-Vis. Nem quando ficou boa parte do tempo com um a menos, nos dois clássicos iniciais, o time se desarrumou. Caiu pra dentro assim mesmo. Podia ter saído com resultados melhores. Na terceira partida, domingo, o tricolor de Guto sobrou. Fez 2x0 e poderia ter feito mais. A superioridade tática foi gritante. Muito contestado desde que chegou, e com razão, Guto Ferreira foi o grande vencedor desses Ba-Vis. 

Briga no segundo Ba-Vi. Pancadaria generalizada no terceiro. Ambos válidos pelo Nordestão, uma competição nacional. Até agora, ninguém punido. O STJD tá esperando o que pra tomar uma providência?

Darino Sena é jornalista e escreve às terças-feiras.

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