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Darino Sena

Darino Sena: As incoerências do Vitória de Argel Fucks

(darino.sena@gmail.com)
Atualizado em 08/02/2017 15:11:35

As características técnicas de seus principais reforços sugerem para 2017 um Vitória ofensivo, que goste de ficar com a bola, proponha o jogo e, em casa, sufoque o adversário. Essa é a teoria. Mas, e na prática? O rubro-negro tem treinador para cumprir essa proposta?

A dúvida não tem nada a ver com a derrota sofrida no último domingo, para o Botafogo-PB (2x4) – ainda é muito cedo para tirar conclusões positivas ou negativas. Questiono a capacidade de Argel Fucks baseado naquilo que ele mostrou em sua curta carreira como treinador até agora.

Argel costuma montar suas equipes para se defender e contra-atacar. Jogar no erro do adversário. Reagir, e não propor. Muita pegada, velocidade na transição, boa execução das bolas paradas. Estas têm sido as principais virtudes dos times comandados pelo gaúcho. Era assim que jogava o Vitória dele na reta final do ano passado.

Mas este ano a diretoria mostra, com as contratações e no discurso, que quer uma forma de jogar diferente. Então, por que manter Argel? Por que os cartolas confiam na capacidade dele em mostrar algo novo. Baseado em quê? Não sei. Minha avó sempre dizia que a gratidão não pode nos tornar reféns da incapacidade. Tomara que o rubro-negro não aprenda essa lição da pior maneira possível.

LEITE

Pelas redes sociais e nas ruas, alguns torcedores me perguntaram se Maikon Leite era uma boa contratação para o Bahia. A vinda dele não é ruim. O problema é o perfil de quem o Tricolor está contratando para jogar do meio pra frente. Falta força física ao ataque e quem faça gols. Não venha me dizer que, entre os reforços, a esperança de balançar as redes seja o centroavante Gustavo, de passagem pífia pelo Corinthians. Os demais também não foram artilheiros por onde passaram. Dos que já estavam no Fazendão, Hernane e Edigar Junio, os mais goleadores, têm sofrido com lesões. Se não estiverem aptos a jogar ou em má fase, quem vai resolver?

A principal atitude administrativa do Bahia no ano até aqui foi também a mais acertada: a demissão do diretor de futebol Ney Pandolfo. Mesmo com muito mais dinheiro em caixa que os rivais, Ney precisou montar dois times diferentes para conseguir o acesso, num sufoco danado, apesar do nível técnico baixíssimo da Série B do ano passado. Inaceitável.

Só não dá para entender o discurso dos cartolas em 2017, o de “manutenção da base”. Qual a vantagem de manter uma base que não teve performance satisfatória (não jogou bem, nem convenceu), apesar do resultado, num campeonato muito mais fraco do que o Bahia vai enfrentar este ano? Se alguém tem a resposta, por favor, me avise.

KIEZA

Kieza começou o ano sob muita pressão no Vitória. Pela temporada de estreia decepcionante e pela presença de Sinval Vieira como diretor de futebol. É que, enquanto cronista, Sinval detonou a postura de Kieza em 2016. Chegou a sugerir a Marinho, em um dos programas de TV que apresento: “Não dê a bola a Kieza”.

Por ora, a pressão tem surtido efeito – Kieza é o artilheiro do Vitória nesta largada. Conseguirá manter a regularidade, principalmente contra rivais mais fortes? A esperança de um ano melhor para K-9 vem menos por este começo e mais pela chegada de André Lima. Com um típico centroavante no time, Kieza se desobriga de fazer a função, onde não se sai tão bem. Com a chegada de André, Kieza deixa de ser a referência e, consequentemente, vindo de trás, jogando pelos lados, ganha mais espaço para explorar a boa velocidade nas disputas homem a homem e se posicionar para aproveitar passes e cruzamentos.

No Bahia, Kieza teve uma primeira temporada ruim como centroavante e outra consagradora, atuando pelos lados. Tomara que a história se repita, desta vez em tons de vermelho e preto.

*Darino Sena é jornalista e escreve às terças-feiras

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