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Darino Sena

Darino Sena: O que a TV não mostrou aos tricolores

Darino Sena (darino.sena@gmail.com)
Atualizado em 16/05/2017 10:28:33

Entre os 39 e os 46 minutos do 1º tempo contra o Atlético-PR, domingo, o Bahia fez quatro gols. Todos eles em contra-ataques rápidos. Todos iniciados a partir de roubadas de bola ou erros forçados de passe do Furacão. A maioria dessas jogadas começou no campo de defesa do time paranaense, o que encurtou o caminho do Bahia para o gol.

É uma pena que os compactos das TVs, salvo raríssimas exceções, não mostrem a origem dos gols e só o jogador perto da área, momentos antes da finalização. Parece que a bola apareceu ali num passe de mágica. Se a TV mostrasse a jogada na íntegra, o torcedor menos atento ia perceber que o Bahia deu aula de marcação pressão sobre o homem da bola, um dos fundamentos do futebol moderno.

Esse mesmo futebol botou em extinção os volantes brucutus, que só destroem; e o clássico camisa 10, o meia que só cria e não participa do jogo defensivo. O meio de campo de hoje não comporta mais esses tipos. Por isso, Feijão, que só destrói, está esquecido no atual elenco do Bahia. Enquanto Edson, da mesma posição, mas que desarma e constrói, é titular absoluto. Domingo, Edson fez um gol, deu passe pra outro, acertou 28 passes, só errou um e não cometeu nenhuma falta.

A extinção dos tipos já citados também explica por que Renato Cajá, que só esperava bola no pé, não deu certo e foi mandado embora. Enquanto Régis, o meia que rouba bola, cria e ainda balança as redes, é o principal destaque tricolor em 2017. Régis começou a jogada do segundo gol do Bahia, aos 39 do segundo tempo, forçando um erro de passe do jogador do Atlético-PR. A bola foi recuperada por Zé Rafael, que arrancou pra área e balançou as redes. Régis ainda fez o terceiro e o quarto gols. É difícil imaginar o Bahia de hoje jogando bem sem Régis. Ele vai fazer muita falta quarta (17) contra o Sport.

A goleada histórica sobre o Furacão (6x2) na estreia do Brasileiro mostrou as virtudes, mas não apaga as deficiências do Bahia. O tricolor foi o time que mais errou o alvo nessa rodada – 14 finalizações passaram longe da meta de Weverton. O primeiro chute no alvo só veio aos 21 minutos do 1º tempo. Nem todos os jogos vão permitir tantas oportunidades de gol como o de domingo. É evidente que falta um matador.

Guto Ferreira sabe das carências. Na coletiva após a goleada, disse que o time ainda tem que fazer muito esforço pra vencer seus jogos. É verdade. Discretamente, mandou um recado pros cartolas – precisa de reforços. Em vez de esbravejar contra os críticos depois de um resultado incontestável, Guto mostrou sensatez. A torcida tem todo o direito de estar empolgada. Quem treina, comanda, joga e analisa, não.

RÓTULO

Sensatez no Fazendão, incoerências na Toca. O técnico (Argel) que era criticado pelo diretor de futebol (Sinval), quando este era comentarista de rádio, foi mantido no cargo na passagem de bastão entre diretorias. Deu no que deu. O ídolo (Pet) que foi contratado pra ser gerente de futebol mudou de cargo e, em poucos dias, virou técnico. O ex-presidente (Jorge Sampaio) que foi resgatado pelo novo presidente (Ivã de Almeida) durou só cinco meses e acabou demitido, sem maiores explicações e sem que ficasse claro por que mesmo que ele voltou. Ou o Vitória dá um basta nas incoerências, ou a nova diretoria não vai poder refutar o rótulo de bagunçada.

*Darino Sena é jornalista e escreve às terças-feiras

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