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Darino Sena

Darino Sena: Petkovic precisa de ajuda

(darino.sena@gmail.com)

Depois do jogo com o Corinthians, Willian Farias destacou a nítida evolução defensiva do time, apesar da derrota. Creditou a melhora ao novo técnico, Petkovic. O capitão só lamentou Pet não ter tido tempo de ajustar a parte ofensiva, mais precisamente, o contra-ataque.

É assustador, no quinto mês da temporada, o Vitória ainda não ter um contra-ataque minimamente organizado. A culpa é da diretoria, que manteve Argel Fucks, mesmo sendo evidente que o time com ele não ia para lugar nenhum.

Sobrou pra Pet tentar recuperar o tempo perdido. Ainda é cedo para qualquer conclusão sobre o gringo como técnico. Domingo, foi apenas o segundo jogo dele. Mas o rubro-negro deu bons indícios de que pode melhorar com o sérvio.

Diante do campeão paulista, o Vitória teve saída de bola com os laterais e os volantes, coisa que não acontecia com Argel. Na antiga gestão, os chutões eram quase a única opção pra sair do campo de defesa.

Também chamou atenção a compactação. A distância entre os setores era muito menor do que antes. Isso, consequentemente, fortaleceu a marcação e ofereceu pouco espaço ao rival. A principal arma do Corinthians, o contra-ataque, pouco apareceu.

Infelizmente, numa das poucas vezes em que o Vitória permitiu o contragolpe, os corintianos fizeram o gol, com Jô.

Mas o que sentenciou o resultado não foi essa falha e, sim, a inoperância do Vitória do meio pra frente. Por mais que Farias tenha dito que Pet ainda não trabalhou como queria o setor ofensivo, esse é um problema mais técnico do que tático. Faltam jogadores.

“O Vitória jogou desfalcado, Darino...”. É verdade. Só que nenhum dos ausentes - André Lima, Kieza, Gabriel Xavier, Patric ou Kanu - vai resolver a maior deficiência da equipe nessa temporada até aqui - a criação.

As apostas que o rubro-negro fez este ano para dar criatividade ao meio de campo não vingaram. Dátolo não conseguiu jogar e já foi, corretamente, mandado embora. Cleiton Xavier segue sem dizer pra que veio. De tão omisso durante as partidas, chega a ser irritante. Em vez de se movimentar para dar opção de passe, ditar o ritmo, aparecer na área, ou seja, chamar a responsabilidade, Cleiton se esconde. Domingo foi substituído por Pisculichi, que teve comportamento totalmente diferente - buscou o jogo e ainda deixou Rafaelson de cara pro gol, na oportunidade mais clara do Vitória.

A dupla de volantes titular contra o Timão, Willian Farias e Uillian Correia, é limitada. Marcam bem, têm bom passe, mas são lentos e, tecnicamente, muito parecidos. Não têm a dinâmica e a velocidade para entrar na área como elemento surpresa quando o time ataca, e surpreender uma marcação bem posicionada, como a do Corinthians. Farias e Correia são importantes, mas, juntos, reduzem o cardápio criativo. O ideal seria ter jogadores com características diferentes por ali.

Como o meio cria pouco, o time não agride, mesmo tendo melhorado a posse de bola. Apesar de ser o quarto que mais troca passes até aqui no Brasileirão, o Vitória só acertou o alvo seis vezes e ainda não fez gol. Os dados são do Footstats.

Domingo, Pet mostrou que pode organizar o rubro-negro em campo. Mas precisa de ajuda. Sem reforços, o gringo terá pouco a fazer.

*Darino Sena é jornalista e escreve às terças-feiras

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