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Herbem Gramacho

Herbem Gramacho: Em quem você confia, torcedor?

Herbem Gramacho (herbem.gramacho@redebahia.com.br)
Atualizado em 11/05/2017 11:28:23

Campeonato Brasileiro começa sábado, dupla Ba-Vi estreia domingo, e uma questão inquieta: “em quais jogadores do seu time você confia para jogar a Série A?”. Na verdade, não é a pergunta que incomoda, mas a resposta. Se der a lógica, tricolores e rubro-negros passarão aperto até dezembro.

Por honra ao mérito de ter sido campeão baiano, primeiro o Vitória. Fernando Miguel, Patric, Kanu, Alan Costa ou Fred e Geferson ou Euller; Willian Farias, Uillian Correia ou Bruno Ramires e Cleiton Xavier; David, André Lima e Kieza. Considerando este time titular com 14 jogadores por causa das alternâncias em algumas posições, soa cruel, mas não falta sinceridade do colunista ao afirmar que só dá para confiar em cinco atletas: Fernando Miguel, Patric, Willian Farias, André Lima e o quinto elemento fica dividido entre David e Kieza. É pouco.

Explico a divisão: o garoto ainda oscila muito, o que é aceitável aos 21 anos, e K9, de lua que só ele, é capaz de emendar duas partidas brilhantes com duas em que não é sequer visto em campo. Como os dois têm talento, no saldo dá para confiar que um estará bem, seja qual for. 

Patric e Willian Farias são os dois jogadores acima da média no Leão, aqueles que poderiam ser titulares na maioria dos times do Brasileiro, mesmo nos melhores. Em André Lima o Leão tem um bom centroavante, mas que sofre com a baixa criatividade do time.

Agora o Bahia: Jean, Eduardo, Tiago, Jackson e Armero; Renê Júnior ou Juninho, Edson e Régis; Allione, Edigar Junio e Zé Rafael, já que Hernane perderá quase metade do campeonato, de acordo com a previsão médica de ficar três meses afastado. Dá pra confiar em seis, com destaque positivo para a defesa e o meio-campo e negativo para o ataque – exatamente o que o tricolor mostrou na recente sequência de Ba-Vis. 

Com quem o Bahia pode contar: Eduardo, Tiago, Jackson, Edson, o outro volante que Guto Ferreira escolher e Régis. Também é pouco. Os três defensores citados são sólidos e os dois volantes (Edson e Renê ou Juninho) dão o equilíbrio entre ajudar na marcação e ter posse de bola. Por isso e pelo tempo de entrosamento, o Bahia é um time que toca bem a bola e controla o meio-campo. Mas não se ganha pontos facilmente quando os atacantes não gostam do gol. 

Se Hernane em má fase já atrapalhava, o trio Allione, Edigar e Zé parece capaz de fazer tabelas maravilhosas, liderar as estatísticas de giros efetuados, dribles bem sucedidos, faltas sofridas e tudo que vale ponto em joguinhos virtuais, mas falta à equipe um jogador que se sinta feliz balançando a rede adversária. E que saiba fazer isso. O treinador tem pela frente um trabalho de mudança de perfil: fazer sua habilidosa linha de frente ter gosto por “fuzilar” o adversário.

Edson e Régis são os dois fora da curva. O volante é a pedra fundamental do time de Guto Ferreira, única das dez contratações anunciadas pela diretoria no início do ano que realmente resolve – aos fãs apressados de Allione: importante ter crescido nos Ba-Vis, mas foram poucos jogos em alto nível. Já Régis, aos 24 anos, está em seu melhor momento na carreira e, se mantiver o nível das atuações agora em um patamar muito mais alto, fará um belo Brasileirão. A Série A dará o tempo e o desafio que ele precisa para continuar evoluindo.

Bahia e Vitória precisam de reforços que cheguem para fazer diferença. Só estes podem elevar os times da metade de baixo da tabela para a de cima. Não dá para jogar o Brasileiro à vera com a defesa rubro-negra e o ataque tricolor.

Herbem Gramacho é editor de Esporte e escreve às quintas-feiras.

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