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Ivan Dias Marques

Ivan Dias Marques: McGregor e a inteligência pra se vender

Ivan Dias Marques (ivan.marques@redebahia.com.br)

Há quatro anos, Conor McGregor era apenas uma aposta no UFC. Mostrava muito talento na luta em pé, mas muitos defeitos no solo. Hoje, o irlandês já integra o ranking dos atletas que mais faturam e se prepara para engordar a conta ainda mais. Seu maior talento, sem dúvida, não está nas mãos: mas dentro da cabeça.

Inteligente ao ponto de estudar falhas e problemas de seus adversários fora do octógono, McGregor entendeu que o MMA era pequeno demais para suas aspirações. Desafiou “apenas” o maior pugilista dos últimos tempos. Soube escolher um alvo que, além de gerar muito dinheiro, é vaidoso ao extremo.

Mexeu no ego de Floyd Mayweather Jr. mesmo sabendo que, numa verdadeira luta de boxe, ainda mais do nível do americano, suas chances de triunfo são reduzidas. Hoje, o irlandês sabe que já está na história e pouco importa ser derrotado. A conta bancária estará cheia e os patrocinadores e empresários de lutas sedentos por ele. Alvos para desafiar não faltarão. 

McGregor tem origem pobre e, na porrada (nos ringues e na vida), aprendeu quais seus defeitos e virtudes. É muito consciente de suas limitações e de suas ações. E, tirando a vez em que faltou a uma entrevista coletiva, é seguro para quem promove suas lutas. Dá declarações bombásticas, raramente se machuca e tem uma legião de fãs a tiracolo. Retorno garantido.

Em 26 de agosto, sua luta de boxe, sem nenhum benefício nas regras oficiais, contra Mayweather deve render, com patrocínios, ingressos, pay-per-view e marketing, cerca de R$ 2 bilhões. Só ele deve ficar com R$ 320 milhões, bolsa menor que a de Money, mas jamais sonhada por um lutador de MMA. 

Em termos esportivos, um resultado qualquer diferente de uma vitória de Mayweather com relativa facilidade – mas por pontos – será surpresa. Por mais que McGregor tenha um boxe afiado, não tem a rodagem de um multicampeão de seis categorias com 49 lutas na carreira. Mas o irlandês não quer virar pugilista. Se assim quisesse, começaria de baixo.

Em tempos em que a informação circula rápido  e é necessário que os eventos e empresas estejam em evidência o maior tempo possível, McGregor tem a percepção necessária para entender como o barco navega e tomar o comando dele. Tanto que sua forma debochada e irônica de promover suas lutas passou a ser imitada. Ele prova que o talento pode fazer campeões, mas é a inteligência que faz os campeões escreverem uma história de sucesso e bolso cheio. Cada um que escolha seu caminho.

Basquete

Apontar o campeão da temporada 2016/17 da NBA não era uma tarefa lá muito difícil. Mas os jogos finais mostraram que não foi tão fácil assim, ainda que o placar da série tenha apontado 4x1 para o Golden State Warriors sobre o Cleveland Cavaliers. 

Na hora da decisão, em que as equipes estavam apertadas no placar, quem foi contratado para ser o diferencial do time de Oakland assim o fez. Kevin Durant mostrou frieza e imensa capacidade para desafogar o Warriors quando foi preciso. Teve a força a mais que faltou para o Cavs – fraquejado pelas lesões de Kevin Love e Kyrie Irving, no jogo 5, e um banco de reservas pouco produtivo.

A próxima temporada promete: muitos jogadores de qualidade com contrato vencendo e equipes, como o Cavs, tendo que rebolar para se reforçar e, ao mesmo tempo, se manter dentro do limite de folha de salários imposto pela NBA.

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