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Ivan Dias Marques: Mirem-se em Murray e na federação holandesa

Ivan Dias Marques (ivan.marques@redebahia.com.br)
Atualizado em 14/07/2017 14:45:44

A participação da mulher no esporte é imensa, mas, ainda assim, precisamos lembrar que a visibilidade e o tratamento dados pela mídia, para não falar dos incentivos e salários, seguem abaixo das ligas, equipes e competições masculinas. Por isso, sempre importante enaltecer quando estratégias que visem cimentar e fortalecer o esporte feminino acontecem. 

Durante essa semana, duas iniciativas - uma histórica e outra sinalizadora - me chamaram atenção. Primeiro, a Real Associação de Futebol  da Holanda(KNVB, em holandês) tirou a juba do leão, seu símbolo, do escudo do uniforme da seleção feminina do país.

É um gesto simbólico, que, provavelmente poucos tinham pensado, mas que diz muito. Representa que as jogadoras holandesas têm um lugar para elas. E que podem sentir-se representando seu país com mais força ainda.

A mudança realizada pela KNVB, com certeza, será copiada por outras federações e times. E não há problema, já que copiar o que é positivo para o esporte não só faz bem, como é necessário.

Um simbolismo mais importante do que lançar uniformes colados, por exemplo, que soava muito mais um sexismo do que deixar as jogadoras (de vôlei, basquete ou futebol, etc.) confortáveis.

A segunda iniciativa partiu do tenista Andy Murray, um notório defensor dos direitos iguais entre homens e mulheres no tênis, portanto, feminista (para quem não sabe, só para ficar claro, feminismo NÃO é o inverso do machismo. O feminismo luta por igualdade e, não, que as mulheres se sobreponham aos homens).

Em entrevista após ser eliminado do torneio de Wimbledon, um jornalista citou que Sam Querrey, algoz do britânico, era o primeiro americano a chegar numa semifinal de Grand Slam desde 2009. De forma muito natural, Murray corrigiu: “Primeiro ‘homem’ americano”, tentando lembrar ao profissional que Serena Williams já ganhou uma coleção de Grand Slams no período.

A emenda foi pior. O profissional que fez a pergunta não entendeu e o britânico repetiu. Muitos jornalistas na sala de imprensa de Wimbledon riram. E Murray permaneceu sério. Até porque esse assunto não é para rir mesmo. É sério. 

Que clubes, federações e atletas possam entender melhor que é necessária igualdade entre homens e mulheres no esporte, assim como na sociedade. Que deem menos rosas e descontos em salões de beleza e mais salários iguais, estrutura e chamem atenção para o problema que é a violência contra a mulher, como o Cruzeiro fez neste ano, usando os números dos uniformes para mostrar números dos crimes contra a mulher no Brasil. Quem sabe o esporte possa dar uma lição de respeito aos que acham que pedir respeito é questão de ‘ideologia’. 

MMA
Por mais que tenha se 'queimado' com o chefe Dana White, a quem ninguém em sã consciência pode confiar na palavra, Amanda Nunes teve a decisão certa ao abortar, ainda que temporariamente, a luta contra Valentina Shevchenko, no último sábado.

Se 100%, já havia dúvidas em relação a seu gás, imagine com a baiana vindo de um dia e meio no hospital? Fica pra setembro, no Canadá.

Ivan Dias Marques é subeditor de Esporte e escreve às sextas-feiras.

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