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Ivan Dias Marques

Ivan Dias Marques: Nem raiz e muito menos nutella

ivan.marques@redebahia.com.br
Atualizado em 05/05/2017 08:38:29

Eu sei que o assunto raiz/nutella, assim como o nove verdades e uma mentira, já deve ter enchido o saco de muito leitor. Mas cada vez que ouço ou leio expressões do tipo “o futebol respira”, “jogador autêntico” ou coisa do tipo, tenho vontade de ir logo comprar um jazigo em um cemitério qualquer pra me deitar.

Algumas questões instantaneamente me incomodam: será que as pessoas são tão estúpidas assim para acreditar em todo discurso que é posto na frente delas? Será que alguém acha que o mundo vai girar ao contrário - como no filme Superman II - e voltar a ser o que era antes?

Olha, só um toque. Felipe Melo não é autêntico. Ele é inteligente, um bom jogador, mas diz exatamente o que os torcedores querem ouvir. Faz aquilo que lhe dá tempo e espaço nos canais de TV. Aproveita da fama de violento e meio maluco para angariar para si próprio.

O Palmeiras, claro, gosta. É maior exposição de sua marca, maior tempo na cobertura diária do clube. Não à toa, Melo já virou garoto-propaganda do novo uniforme do alviverde.

Felipe Melo me lembra Neymar nesse sentido. Praticamente nada do que o craque fala, a mim, soa natural. Neymar só me parece ele mesmo dentro de campo, com a bola no pé. No resto do tempo, ele tem plena consciência que está sendo visto, medido e decodificado. O que não impede, vez ou outra, de fazer bobagem.

Quando vejo os atletas brasileiros de futebol, infelizmente, bate aquela inveja da postura dos jogadores de basquete dos EUA, por exemplo. Claro que existem os babacas, como em qualquer lugar, mas, na maioria, eles têm consciência do seu papel como ídolo de gerações e de como suas ações podem influenciar os jovens. 

Aconselho, quem tiver inglês afiado, a dar uma olhada no site The Players’ Tribune, capitaneado pelo ex-jogador Kobe Bryant. Existem depoimentos de atletas de outros esportes (até Pelé e Ronaldinho Gaúcho). Lá, é possível ver toda a consciência social e política de esportistas americanos sobre os seus papéis como atletas e como cidadãos. 

Quanto ao raiz/nutella, é preciso que saibamos que o meio termo é  melhor lugar sempre. Para isso, é preciso de uma dose de bom senso e outra de flexibilidade, palavrinha que - assim como ‘empatia’ - muitos teimam em não colocar no dicionário.

Mais um
Aos poucos, os cartolas eternos desse país vão caindo. Agora é a vez do presidente da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), Manoel Luiz Oliveira, afastado ontem pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por indícios fortes de gestão temerária à frente da entidade. O Ministério Público Federal em Sergipe (MPF/SE), inclusive, pediu abertura de inquérito policial para investigar o dirigente, suspeito de fraudes de cerca de R$ 6 milhões, além de superfaturamento, atraso no pagamento de bolsas, entre outros problemas de contabilidade. Nosso legado olímpico de combate ao crime nas entidades esportivas continua forte.

Boxe
A Bahia perdeu, no último dia 1º, Augêncio Félix de Almeida, um dos maiores pugilistas do nosso estado em todos os tempos. Foi campeão latino-americano em 1965 e considerado um dos melhores do país na década de 60.

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