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Ivan Dias Marques

Ivan Dias Marques: O futuro do tênis nacional chegou

Ivan Dias Marques

Já se passaram 20 anos desde que Gustavo Kuerten venceu Roland Garros pela primeira vez e estarreceu o Brasil e o mundo. Começou um período de total atenção ao tênis, mas, esportivamente, pouco se capitalizou em cima da ‘gugamania’. O próprio ex-tenista catarinense reconhece, com tristeza, isso.

Os atletas seguiram tendo problemas de patrocínio e estrutura, com raras exceções, até, enfim, o tênis começar a dar frutos. Não dá para não dar parte desse crédito ao próprio Guga, com suas escolinhas espalhadas pelo país, que popularizaram o esporte.

Em termos profissionais, de resultado, o futuro do tênis chegou. E deu para perceber isso com duas derrotas em Wimbledon, por mais que isso possa parecer contraditório.

Se a paciência em esperar a evolução de Thomaz Bellucci - com todas as ferramentas e talento que, indubitavelmente, o paulista tem, mas não consegue fazer funcionar de forma linear - a um nível maior ainda se esvai, vemos dois jovens tenistas começarem a se solidificar com realidade: Thiago Monteiro e Bia Haddad Maia.

Derrotado por Karen Khachanov, o cearense, 100º do mundo e com 23 anos, fez um baita jogo. Venceu o primeiro set, esteve uma quebra à frente no segundo e no quarto sets e teve set point no terceiro. Ou seja, sempre competitivo e sem deixar seu rival, uma das revelações atuais do tênis e 34º na ATP, respirar. O russo é especialista em quadras rápidas, tendo a força como forte aliado.

No feminino, Bia é motivo de muito orgulho. Depois de subir quase 200 posições em 2016, ela já furou o top 100 e vem tendo resultados expressivos para os seus 21 anos.

A derrota para Simona Halep, número 2 do mundo, na grama inglesa, deixou ótimas impressões. A catarinense foi agressiva, subiu bem à rede e quebrou o saque da romena duas vezes no 1º set, chegando a sacar para fechar.

No entanto, Simona é uma das tenistas mais fortes mentalmente do circuito e capaz de virar qualquer situação adversa.

Os dois revezes têm muito em comum. Os brasileiros pecaram em algo que só os monstros do circuito - e olhe lá - conseguem desenvolver rapidamente: frieza.

Para isso, é preciso experiência e um preparo mental    intenso, que também evolui com o aumento de partidas jogadas. Tenho certeza que no próximo momento decisivo, tanto Monteiro como Bia já vão encará-lo de outra forma. Se o resultado vai ser diferente, já é uma questão que envolve outras nuances. E os dois poderão evoluir e refletir juntos, já que namoram há um ano.

O certo é que tudo se encaminha para que o Brasil tenha bons representantes em ambos os circuitos em pouco tempo, o que dá um bom empurrão na continuidade da prática do tênis no país.

AMANDA

Amanda Nunes terá um desafio enorme sábado (8), contra Valentina Shevchenko, no UFC 213. Tecnicamente, não vejo a quirguistanesa radicada no Peru oferecer tanta ameaça - ainda que saibamos que, no MMA, uma vitória ou derrota acontece em segundos e não se pode vacilar.

Valentina é resistente, sabe se dosar e vai exigir que Amanda faça o mesmo. A blitz inicial da baiana precisa ser calculada suficientemente bem para que não falte gás depois. A chave para a manutenção do cinturão dos galos do UFC, não tenha dúvida, está aí.

*Ivan Dias Marques é subeditor e escreve às sextas-feiras

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