De Feira de Santana, Fillipe Aladin e Os Clones do Brasil lançam CD amanhã no CORREIO

Representantes da nova geração do arrocha, os dois lançam o CD Apaixone-se com 21 faixas em que impera o clima de romance

Publicado em 17 de julho de 2017 às 07:25

- Atualizado há um ano

O arrocha pode ter nascido em Candeias, mas há muito tempo o ritmo vem conquistando outros territórios. Feira de Santana é um deles. É de lá que vem o cantor Fillipe Aladin e a banda Os Clones do Brasil, dois representantes da nova geração do gênero essencialmente baiano.  Eles lançam amanhã no CORREIO o CD Apaixone-se e, como o nome sugere, o clima de romance perpassa as 21 faixas do disco. Fillipe Aladin (Foto: Divulgação)Foi no sertanejo que a carreira de Fillipe Aladin, 25, começou, quando ele tinha apenas 10 anos. De lá para cá, o arrocha surgiu, se fortaleceu e fez com que Fillipe o adotasse de maneira quase que natural. "O sertanejo e o arrocha são muito parecidos. Todos os dois têm uma pegada romântica", diz o cantor, que também assina a composição da maioria das músicas de seu repertório. Segundo ele, as 11 faixas presentes no disco encartado pelo CORREIO foram selecionadas especialmente para os leitores do jornal. E ele já aposta em uma que não vai sair da cabeça da galera: Volta Amor, segunda faixa do álbum. "Ela conta uma história diferente. O refrão pega, é do tipo chiclete, e é uma história que acontece com muita gente", garante.A primeira faixa de Apaixone-se é Perdeu Pai, composta por Fillipe, mas cantada pela banda Os Clones do Brasil. "Essa é nossa música de trabalho e já estamos caminhando com ela há um tempo. Tem gente que pensa que é de Tayrone, porque ele tem um nome consolidado e com ele chega mais forte", conta o vocalista Zezé Júnior. Os Clones do Brasil é formado também pelos cantores Dudu Santana e Caio Lima. A banda, cujo nome surgiu pelo fato de as vozes dos integrantes serem muito parecidas com a de outros artistas, quer fugir do estigma de "imitadores". "Eu tenho a voz parecida com a de Zezé, Dudu com a de Luan Santana e Caio Lima com a de Gustavo Lima, mas não imitamos eles, nem temos músicas deles nos nossos CDs", conta.Assim como Fillipe, Zezé, 29, começou a carreira no sertanejo. O nome artístico foi adotado quando ainda era adolescente depois de ouvir do próprio Zezé di Camargo que ele era sua versão mirim. "Eu encontrei com Zezé quando eu tinha uns 14 anos e ele fez um show aqui em Feira de Santana. Ele me viu cantar e disse que eu cantava muito e que era muito parecido com ele, disse que eu era o verdeiro Zezé Júnior", lembra. Segundo o cantor, ele só passou a se identificar assim anos depois, quando o empresário de uma banda de forró em que ele cantou viu o vídeo do encontro e sugeriu a adoção do nome. "Ele disse que seria bom, as pessoas iriam procurar saber o porquê do nome, ficar curiosas, e a minha voz e a de Zezé são muito parecidas também", arremata.Mas há mais semelhanças entre as trajetórias de Fillipe Aladin e Zezé Júnior. Os dois são irmãos e já cantaram juntos quando eram crianças. "Comecei a cantar em uma dupla com o Zezé. Na época o nome era Paulo Roberto e Felipe e a gente só cantava sertanejo", lembra Zezé, que hoje canta ao lado de outro irmão mais novo, Dudu Santana, n'Os Clones do Brasil.De lá para cá, Fillipe e Zezé se afastaram, participaram de outras bandas  e engataram projetos diferentes. Fillipe, por exemplo, se tornou Aladin depois de fazer sucesso com a dupla DJ Maluco e Aladin. "Quando entrei nessa dupla já existia o nome e o Aladin estava saindo. Eu entrei e acabei adotando esse nome, que já existia. Por ter passado muitos anos lá e ser reconhecido desse jeito, quando saí, decidi juntar o Fillipe ao Aladin", conta. Apesar de compor muito, Fillipe se vê mais como um cantor. "As músicas vêm mais da história de outras pessoas, nas quais que escutar. Me inspiro muito nisso. Não costumo fazer música sob encomenda. Faço as músicas para mim e, se alguém se interessa, a gente negocia", conta. Zezé Júnior, Dudu Santana e Caio Lima: Os Clones do Brasil (Foto: Divulgação)O lançamento do CD Apaixone-se com o CORREIO já é motivo de comemoração e muita expectativa para os dois. "A gente já está sentindo isso desde que começou a campanha de divulgação. O povo tem comentado muito, pede para tirar foto com a gente e também aumentou muito a procura de contratantes para shows. Por onde passo na rua, o povo diz que me vê", conta Fillipe.Segundo Zezé, a média de 15 shows por mês da banda Os Clones do Brasil deve aumentar em breve. "Para agosto, vamos passar por quatro estados: Maranhão, Pernambuco, Sergipe e Bahia. Em Feira de Santana, faremos um show no Ária Hall, uma das maiores casas de shows da cidade, no dia 19 de agosto", adianta o cantor ao ressaltar a força que o arrocha tem em Feira de Santana. "O arrocha é muito forte aqui, até por conta da pirataria, que espalha as músicas com uma força muito grande. De dois em dois meses grandes nomes do arrocha vêm fazer show. E, se parar para analisar, toda festa grande toca arrocha. As pessoas escutam muito em bares, em casa, no carro. E o arrocha é o ano todo, diferente do axé, do forró. Além disso, é um ritmo que fala língua do povão, do amor, pra galera beber e dançar agarradinho", comenta.Por isso, Zezé Júnior aposta especialmente em duas músicas do disco que vai lançar junto ao CORREIO: Quando a Cachaça Entra, de autoria dele, e também A UTI do Amor, de Diego Azevedo, mesmo compositor da música 10 Dias de Tayrone. "Essas músicas de amor, traição e cachaça existem há muito tempo. Se você for buscar, a música brega da década de 80 já tinha isso. Acho que a diferença é que hoje a galera escancarou mesmo. E a gente não pode nadar contra a maré e vai nessa praia também. É isso que o povo quer ouvir", comenta.