Trilhas: Quem é o judas? É es-tar-re-ce-dor!

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  • Aninha Franco

Publicado em 15 de abril de 2017 às 08:38

- Atualizado há um ano

Pergunto ao Futuro porque hoje, no presente, é prematuro responder.  Descobrimos durante a semana em vídeos, textos, matérias que Marcelo Odebrecht, o presidente da Odebrecht, e Emílio Odebrecht, pai de Marcelo, foram os verdadeiros presidentes do Brasil durante toda a gestão Lula. Que Lula é funcionário da Odebrecht desde os Anos 1970, “resolvendo” greves para a empresa. Que Lula foi “recomendado” a Emílio pelo general Golbery do Couto e Silva, o pensador da ditadura militar:

“Emílio”, Golbery lhe disse, “Lula não tem nada de esquerda. Ele é um ‘bon vivant‘. E é verdade”, prossegue Emílio, “ele gosta da vida boa, gosta de uma cachacinha, gosta de fazer as coisas e gosta de ver os outros, efetivamente, a coisa que ele mais quer é ver a população carente sem prejuízo, essa que é a versão mais correta, sem prejuízo de quem tem. Não é aquele negócio de tirar de um pra dar pro outro. Essa é a minha visão, por isso teve um alinhamento muito grande”, descreveu Emílio Odebrecht.

Por ser apenas um bon-vivant latino americano sem pretensões dialéticas e um excelente ator, diga-se de passagem, Lula foi transformado em Luiz Inácio Odebrecht da Silva, o ex-operário capaz de se comunicar com o povo, preparado pela empresa para ser presidente do Brasil e fazer todos os bons negócios que ela cobiçasse como tirar lucros da Petrobras e transferir para a Braskem, como atuar contra os interesses de seus concorrentes em países estratégicos, como Lula fez contra a Andrade Gutierrez na Venezuela, ou alterar rotas de viagem de Dilma Rousseff à África, como Lula fez a mandado de Emílio,  mudando o início da rota da África do Sul para Angola.

Não li ou assisti em nenhum lugar Emílio ou Marcelo assumirem a catastrófica escolha de Dilma Rousseff para a sucessão, talvez porque tenha sido catastrófica demais. Dilma não obedecia a Lula que obedecia aos Odebrecht, e a cadeia de obediência se quebrou e a estocadora de vento soprou o caos sobre o país. Mas li e assisti que o Brasil inteiro, presidentes, governadores, ministros, prefeitos, deputados, senadores trabalham para a Odebrecht há 30 anos, expostos assim, quase tudo o que o Executivo/Legislativo brasileiro é na Delação.

Citando Rousseff:  É es-tar-re-ce-dor!

Posso escanear um humano pelos livros que lê ou tem. Se me entregarem bibliotecas organizadas originalmente, pelos donos, conheço-os sem encontrá-los. Os livros, humanidades em papel, são minha referência no mundo. Por isso, sempre achei os livros da Odebrecht estranhos. Livros grandes, pesados, difíceis de ler, livros feitos para ilustrar salas decoradas. Livros para serem olhados e não lidos. Livros ostentação. Não estava enganada.

Enganei-me em relação a Luís Inácio Odebrecht da Silva. Jamais me passou pela cabeça que ele era apenas um empregado de Emílio, que foi apanhado pela genialidade de Moro. Moro prendeu primeiro o filho do presidente do Brasil, Marcelo Odebrecht, e com isso desmontou um crime quase perfeito. Dizem que, com ele, a Odebrecht perdeu suas sete vidas, mas nunca se sabe. A ex-maior empresa da América Latina pode começar sua respiração boca a boca editando livros essenciais e simples, e criando projetos que incentivem a leitura.