Daniela Mercury participa do Fuzuê e canta num vagão do metrô

A cantora chegou à Estação da Lapa de transporte público e participou do programa da Bahia FM

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  • Roberto Midlej

Publicado em 15 de fevereiro de 2017 às 16:50

- Atualizado há um ano

Marrom, Daniela Mercury e Mauricio Habib, na transmissão do Fuzuê ao vivo, na Estação da Lapa (Foto: Evandro Veiga)

Quem pegou metrô hoje (15) na Estação Acesso Norte por volta das 10h30 deu a sorte de assistir a um mini show de Daniela Mercury. A cantora, que ia para a Estação da Lapa para participar da transmissão ao vivo do programa Fuzuê, da Bahia FM (88.7), optou por ir de transporte público e cantar num vagão para os passageiros. O show-surpresa causou zum-zum-zum e o pessoal que estava no trem correu para tirar selfies e filmar a cantora. Fãs como Adriana de Jesus, que raramente anda de metrô, mas deu sorte nesta quarta-feira. "Não esperava ver ela aqui não, estou boba! Minha família não vai acreditar! Não consigo nem mexer no celular, me ajude por favor. Tira uma foto pra mim!", disse apelando ao repórter por ajuda.Enquanto isso, Daniela cantava, sem acompanhamento instrumental nem microfone, o sucesso o Canto da Cidade, escolhido para abrir a apresentação improvisada. "E aí, quem vai me acompanhar?", perguntava a cantora, que andava de metrô pela primeira vez em Salvador. "Achei a estação muito confortável, limpa... Disse até que que queria um trio como o metrô, com ar-condicionado", brincou. "Já andei de metrô em Paris, Nova York... e o daqui me lembrou o da Suíça, que também é de superfície".DiversidadeNa Lapa, muitos fãs, alguns uniformizados, já esperavam por ela, como o promoter Cristiano Carvalho, de 33 anos. "Já passei 20 carnavais seguindo Daniela e neste ano não vai ser diferente. Vou estar dela na pipoca nos dois dias, na Barra e na Avenida". Cristiano elogiou Daniela, que optou por celebrar a diversidade neste Carnaval: "Ela é admirada pelas pessoas que entendem a diversidade no mundo. Ela é muito antenada e é importante que ela se posicione, afinal é uma formadora de opinião. Seja no palco ou em entrevistas, ela sempre respeita a opinião do público e se renova, se reinventa".Daniela cantou para o público no vagão de um metrô (Foto: Roberto Midlej)

Daniela começou a participação no Fuzuê, sob comando de Marrom e de Mauricio Habib, às 12h e, logo no início, chamou a atenção: "Você está... vou falar em português corretíssimo: está 'macérrima'", brincou Marrom. "O segredo é muito mingau de farelo de aveia. E também estar apaixonada. O coração sempre contribui e a gente se estimula a fazer tudo de bom quando se sente amada", disse a cantora, que não perdeu a chance de cantar com o público um velho sucesso: "O amor é essencial. Por isso, tem tanta música de Carnaval que fala de amor. 'O amor de Julieta e Romeu, o amor de Julieta e Romeu, igualzinho ao meu e seu...".Daniela comentou o seu Carnaval, que será marcado pela celebração do empoderamento das minorias: "Eu sou minoria e usei o termo 'empoderamento', mas hoje prefiro usar 'ostentação'. A gente vai ostentar ser gay, ostentar ser negro, ostentar ser mulher... Sou da área de direitos humanos (ela é embaixadora do Unicef) e estou na luta pela equivalência de direitos. Os que sofrem com preconceito são seres humanos extraordinários, poderosíssimos".Para a cantora, o que gera o preconceito é a ignorância. Ela fez críticas aos homens preconceituosos: "O homem hétero se angustia com as diferenças no mundo, mas ele precisa se revisar. A violência vem desta parcela da sociedade que não 'sai do quadrado'. Minha proposta é: o que é norma deixa de ser norma porque a gente não pode ter medo de ser diferente e a gente precisa celebrar as diferenças".