Planeta dos Macacos: A Guerra mostra primatas mais evoluídos que o homem

Terceiro longa da trilogia revela futuro sombrio e distópico

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  • Roberto Midlej

Publicado em 4 de agosto de 2017 às 16:46

- Atualizado há um ano

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Esqueça o Will Rodman (James Franco), de O Planeta dos Macacos: A Origem. Pode apagar da sua cabeça aquele Malcolm (Jason Clarke), de O Confronto. Em O Planeta dos Macacos: A Guerra, terceiro capítulo da saga, aqueles seres humanos bonzinhos dão lugar aos mais perversos vilões, que estão dispostos a garantir sua sobrevivência a qualquer custo. E isso inclui eliminar todos os macacos, se necessário. César, o líder dos primatas, ganha vida novamente em atuação impressionante de Andy Serkis, que tem se especializado na técnica de captura de performance (que dá vida a personagens criados por computação gráfica). 

Em conversa com o CORREIO por telefone, o ator comentou a experiência: “As pessoas estão começando a compreender que é uma forma de atuar como todas as outras, você ainda possui um papel criativo ali”, defende Serkis, que já revelou certa decepção por não ter seu talento reconhecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar. A criação de César, como a dos demais macacos, é de uma veracidade indescritível. Destaque-se também o Macaco Mau (Steve Zahn), que dá um toque de humor ao filme. O personagem é um alívio neste terceiro capítulo da nova saga, que traz um cenário absolutamente sombrio e desesperançoso. Seres humanos e animais parecem ter trocado de papéis: enquanto os primeiros agem por instinto, para garantir sua sobrevida, os macacos parecem mais racionais e organizados, além de piedoos, a ponto de adotarem uma humana que se tornou órfã. Mas a “guerra” a que o título se refere não faz deste novo filme uma interminável sequência de batalhas. Talvez neste até haja menos guerra que nos filmes anteriores da trilogia. Serkis defende que não há violência gratuita: “Realmente acredito que a mensagem deste filme é sobre diplomacia e o fato de que manter canais de comunicação abertos é a solução mais razoável”. O diretor Matt Reeves (o mesmo de Planeta dos Macacos: O Confronto) dá muito espaço a simbolismos e metáforas, o que enriquece a história. Mas caiu na mesma tentação na mesma tentação de outros blockbusters recentes: a excessiva duração, neste caso de 2h20, provoca incômodo. Mas nada incomoda mais que a atuação de Woody Harrelson, o Coronel. Há quem diga que seu personagem foi inspirado no Kurtz de Apocalypse Now. O problema é que, entre Brando e Harrelson, há um verdadeiro abismo de talentos.